Mato Grosso do Sul, 21 de março de 2025

Ministro prevê que Hidrovia do Rio Paraguai vai ampliar controle da entrada de drogas no Brasil

Processo de licitação abrange um trecho de 600 km entre Corumbá e Porto Murtinho

Em audiência pública, realizada nesta quinta-feira (6), foi apresentado o projeto de modelagem de concessão da Hidrovia do Rio Paraguai, que abrange um trecho de 600 km entre Corumbá e Porto Murtinho (MS) e representa um marco para o setor, melhorando a eficiência logística e reduzindo as emissões de gases de efeito estufa. A previsão do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa, é que os trabalhos práticos iniciem ainda este ano. O ministro enfatizou que a hidrovia será fundamental para que o Brasil possa avançar no escoamento de minério de ferro, entre outros insumos.

“Pode ser atrativo estratégico para a região e terá um caráter prioritário. Não tenho dúvidas de que teremos ganhos para o escoamento da produção daquela região, vai diminuir o custo de logística, aumentar a nossa competitividade, também dialoga com as agendas da sustentabilidade, da ambiental e com a fiscalização das fronteiras, que é uma prioridade do governo federal, até porque 88% do tráfico de drogas brasileiro se dá por meio das hidrovias”.

“Pode ser atrativo estratégico para a região e terá um caráter prioritário. Não tenho dúvidas de que teremos ganhos para o escoamento da produção daquela região, vai diminuir o custo de logística, aumentar a nossa competitividade, também dialoga com as agendas da sustentabilidade, da ambiental e com a fiscalização das fronteiras, que é uma prioridade do governo federal, até porque 88% do tráfico de drogas brasileiro se dá por meio das hidrovias”.

Essa será a primeira concessão hidroviária do Brasil e representa um marco para o setor. A licitação garante, além de ganho em eficiência logística, a diminuição das emissões de gases de efeito estufa. Ainda, o intuito do projeto é disponibilizar navegação segura, econômica e sustentável. Com a concessão, a hidrovia vai contar com um calado de 3 metros quando o rio estiver cheio e de 2 metros em períodos de seca, o que vai garantir a trafegabilidade das embarcações durante todo o ano, ou pelo menos a maior parte dele.

Levando em consideração as estiagens extremas dos últimos anos, o contrato também prevê a distribuição adequada dos riscos com o concessionário com a criação da Zona de Referência Hidrológica Contratual, que consiste em avaliação estatística do comportamento hidrológico do Rio Paraguai.

De acordo com o projeto, nos primeiros cinco anos de concessão, serão realizados serviços de dragagem, derrocagem, balizamento e sinalização adequados, construção de galpão industrial, aquisição de draga, monitoramento hidrológico e levantamentos hidrográficos, melhorias em travessias e pontos de desmembramento de comboio, implantação dos sistemas de gestão do tráfego hidroviário, incluindo VTS (Vessel Traffic Service) e RIS (River Information Service), além dos serviços de inteligência fluvial. Como serviço obrigatório, é disposta a dragagem, monitoramento hidrográfico, a sinalização e balizamento náutico, a gestão e operação do tráfego aquaviário e gestão ambiental.

Para o ministro Silvio, o Brasil é, hoje, o grande celeiro do mundo do agronegócio, e passou a ser o maior produtor de grãos do mundo, pontuando que “cada vez mais estamos tendo crescimento no setor portuário”, pois está havendo maior envolvimento do setor produtivo brasileiro e internacional na necessidade de investimento nos portos do mundo.

“O Brasil se coloca como uma grande janela de oportunidades, à medida que a economia do setor portuário cresce, assim há necessidade de ter portos estruturados. O país, em 2024, fechou com o crescimento portuário de 5% e os portos públicos tiveram alta de 7,5%, como exemplo o porto de Santos, que arrecadou R$ 250 bilhões e o foco é continuar o crescimento de uma maneira exponencial”, destaca.

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, destacou três pontos em sua fala: a produção, a integração latino–americana e o meio ambiente.

“Do ponto de vista da produção, Mato Grosso do Sul se conecta por três municípios que têm uma estrutura portuária, que vão usar para importar e exportar seus produtos. Já temos a hidrovia, que não está sendo utilizada como tal, precisamos de uma concessionária para administrar esses pontos, como a produção e a parte ambiental. Precisa ser estruturado e moderno, caso contrário poderemos ter impactos. No Estado, temos apenas uma rodovia que dá acesso a Corumbá (BR-262) e ela não tem condições, do ponto de vista físico, para ampliar a produção, então a hidrovia é fundamental quando pensamos no aumento do volume de cargas”.

“A questão da interação é fundamental para o comércio, consolidando a integração entre esses países. Temos tranquilidade em tudo que está sendo proposto no projeto em relação ao sistema de monitoramento, avaliação e licenciamento para que possamos afirmar que teremos um controle ambiental muito maior do que temos hoje”, finaliza.

Tarifa baixa e gratuita

Ainda segundo a modelagem, foi definido que somente será feita a cobrança de tarifa para a movimentação de cargas quando a concessionária entregar os serviços previstos na primeira fase do contrato. Em relação ao transporte de passageiros e de cargas de pequeno porte, não haverá cobrança de tarifa.

A previsão de tarifa, pré-leilão, é de até R$ 1,27 por tonelada de cargas. O critério de licitação pode ser menor tarifa, por isso, esse valor ainda poderá ser reduzido. No entanto, existe a possibilidade, durante a realização da consulta pública, de alteração no critério do certame.

Movimentação

O transporte de cargas do Rio Paraguai, após a concessão, está estimado entre 25 e 30 milhões de toneladas a partir de 2030, o que significa um aumento significativo de movimentação em relação ao praticado atualmente. No ano passado, a hidrovia transportou 7,95 milhões de toneladas de cargas, um aumento de 72,57% em relação a 2022.

Em 2023, as hidrovias foram responsáveis por transportar mais de 157 milhões de toneladas de carga, quase 10% de todo o transporte aquaviário ocorrido no período. Esse volume de carga transportada tem um potencial ainda maior para ser desenvolvido e a busca por investimento privado nesse segmento vai ao encontro da busca por uma maior eficiência logística nacional.

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