Equipes extras chegam à Serra do Amolar neste sábado para ajudar a controlar incêndio
Há oito dias em chamas, a Serra do Amolar, no Pantanal sul-mato-grossense, recebe neste sábado (3) equipes extras de bombeiros militares para ajudar no trabalho de combate ao incêndio.
Segundo o Corpo de Bombeiros, que está no local há seis dias, a área queimada já ultrapassa os 4 mil hectares. Um efetivo de 13 militares trabalhava no local, e mesmo após algumas chuvas na área, que ajudaram a controlar e extinguir alguns focos, o fogo ainda persiste.
A área onde o incêndio está concentrado é alagada e de difícil acesso. Por conta do isolamento da região, ontem (2), a equipe responsável pelo controle das chamas precisou atuar em outro incêndio, que atingiu uma escola na região do Paraguai Mirim, que foi rapidamente controlado e não houve maiores prejuízos.
“A equipe do Corpo de Bombeiros que está no local, não combate só o incêndio, atendemos todo tipo de emergências. O incêndio da escola, ao que tudo indica, foi causado por um curto-circuito no almoxarifado. A nossa guarnição de combate a incêndio florestal estava na Serra do Amolar, quando receberam o chamado. Quando chegaram lá ainda tinha materiais em brasa e foi preciso fazer o rescaldo”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de proteção ambiental e chefe do CPA (Centro de Proteção Ambiental), que realiza o monitoramento dos incêndios florestais no Estado.
Além da aeronave ‘air tractor’ que tem capacidade de transportar até 3 mil litros de água para áreas de difícil acesso, outro avião – modelo Baron – também foi destacado para atuar nas ações de combate às chamas.
A região da Serra do Amolar, que está dentro do Pantanal em Corumbá (MS), é um território de grande biodiversidade e área de Reserva da Biosfera, além de ser um Patrimônio Natural da Humanidade. O território é formado por 80 km de extensão de morrarias que chegam a ter quase 1 mil de altitude. A área fica a aproximadamente 700 km de Campo Grande, a partir de Corumbá e por via fluvial, pois só é possível chegar nesse local por ar ou pelo Rio Paraguai.
O sistema de monitoramento dos ‘Focos Ativos por Bioma’, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mostra que no mês de janeiro deste ano foram registrados 369 focos detectados por satélite no bioma Pantanal – em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso –, enquanto no mesmo período de 2023 foram 103. Em comparação – com o mês de janeiro – nos últimos seis anos, a quantidade de focos em 2024 supera a registrada em 2020, com 226 e fica atrás apenas de 2019, com 542.
“Apesar de estarmos em janeiro, que é comum ter chuvas na região, esse ano o volume de precipitações foi muito baixo no Pantanal, o que criou cenário propício para a propagação dos incêndios”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue.
Fonte: Correio do Estado