Presidente afastado da FFMS é preso novamente pelo Gaeco em operação contra desvio de R$ 6 milhões
Francisco Cezário de Oliveira, de 78 anos, presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), foi preso novamente na manhã desta quarta-feira (28) pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A prisão foi feita na residência de Cezário, localizada na Vila Taveirópolis, em Campo Grande, durante uma ação que faz parte da Operação Cartão Vermelho, que investiga o desvio de R$ 6 milhões da Federação de Futebol.
Cezário, que já usava tornozeleira eletrônica, foi alvo de uma operação que contou com três viaturas do Gaeco e a presença de uma testemunha, que acompanhou os agentes durante a abordagem. O advogado de Cezário, André Borges, afirmou que, inicialmente, tinha conhecimento apenas de um mandado de busca e apreensão e desconhecia a ordem de prisão contra seu cliente. “Ainda estamos sendo atualizados sobre a situação”, declarou Borges.
Operação Cartão Vermelho
A Operação Cartão Vermelho foi deflagrada em 21 de maio deste ano pelo Gaeco, a partir de uma investigação do Ministério Público Estadual, para apurar um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na FFMS, envolvendo recursos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e verbas públicas. Os desvios de recursos teriam ocorrido entre setembro de 2018 e fevereiro de 2023, período em que Francisco Cezário estava à frente da entidade.
Além de Cezário, que presidiu a FFMS por quase 30 anos, outras seis pessoas também foram presas por suspeita de envolvimento no esquema. Durante as investigações, Cezário pediu afastamento do cargo, e a FFMS passou a ser administrada por um interventor. Estevão Petrallás, ex-presidente do Operário, foi indicado pela CBF para assumir a administração interina do futebol em Mato Grosso do Sul.
O Gaeco continua com as investigações e busca mais evidências sobre o esquema de desvio de recursos na Federação. A operação segue em curso, e novas diligências podem ocorrer nos próximos dias. Enquanto isso, a administração interina da FFMS tenta garantir a continuidade das atividades do futebol local, sob a supervisão de Estevão Petrallás.