Prefeitura inicia operação tapa-buraco com investimento milionário em Campo Grande

Com investimento inicial de R$ 12 milhões, a Prefeitura de Campo Grande iniciou nesta semana uma ampla operação de zeladoria urbana, com foco na recuperação do asfalto. A força-tarefa, que contempla tapa-buraco, recapeamento e capina, foi anunciada como prioridade pela prefeita Adriane Lopes (PP) e já está em ação nas sete regiões urbanas da cidade e nos dois distritos.

A operação, que prevê o investimento de R$ de 12 milhões durante o período de 60 dias, aposta em técnica e materiais específicos para garantir qualidade no serviço e economicidade, sem comprometer o fluxo do trânsito. Para o Jornal O Estado, o secretário de Obras do município, Marcelo Miglioli, a estratégia da SISEP (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) é realizar uma preparação prévia, seguindo critérios técnicos conforme a profundidade de cada buraco. O objetivo é assegurar a durabilidade dos reparos e evitar o desperdício da CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente), que é o insumo mais caro da operação. Além disso, a operação prevê um “trabalho conjunto” com o fluxo do trânsito, para evitar lentidão nas vias.

“Nesses casos, aplicamos primeiro um material de base chamado bica corrida, que é uma mistura de pedras, pedrisco e pedra 1 vinda da pedreira. Após a aplicação, deixamos o tráfego passar por cima para que o material assente. Só então, um ou dois dias depois, fazemos o serviço completo com recorte, imprimação e aplicação da massa asfáltica”, explicou o secretário. Ainda de acordo com Eduardo Miglioli, a estratégia visa a prevenção, já que esse procedimento reduz a necessidade de novos reparos em um curto período de tempo.

A operação envolve 7 equipes de trabalho atuando simultaneamente em mais de 40 vias, incluindo corredores importantes como as avenidas Afonso Pena, Duque de Caxias, Calógeras e Pedro Celestino. Também foram incluídas ruas com histórico de problemas estruturais, como a Tenente Aviador Pedro Corrêa Duncan, na Vila Carvalho, onde os buracos se acumulavam há meses. Para além da deterioração da malha asfáltica, o critério para definição das regiões atendidas, foi o volume de tráfego. Com sete equipes distribuídas nas vias de maior fluxo da Capital, a megaoperação estabeleceu como meta tapar de 1.500 a 2.000 buracos por dia.

Buscando não afetar o trânsito, a obra será executada sem interdição total das pistas. “O tapa-buraco será executado sem interdição total. Nós estaremos com a pista aberta, nem que seja meia pista ou fechar uma faixa ou outra. Então, será um trabalho em conjunto, o tapa-buraco e o trânsito”, disse.

O secretário também destacou que há uma proposta de recapeamento para a cidade com o objetivo de sanar a demanda da malha asfáltica. Segundo o secretário, há uma discussão com o governo do Estado e com a bancada federal para reunir recursos e avançar com a proposta ainda este ano.

“Existe um interesse da prefeitura de trabalhar para ver formas de arrumar recursos por conta própria. Mas existe uma conversa avançada com o Estado. Eu já conversei com o secretário de Obras do Estado e nós já discutimos tecnicamente a necessidade de Campo Grande trabalhar esse programa junto com a bancada federal. Nós estamos conversando com os parlamentares. Então, eu estou muito otimista que a gente vai conseguir avançar nesse programa”, acrescenta.

Sobre a força-tarefa, o motorista Antônio Teixeira, de 58 anos, aguarda com expectativa a conclusão das obras enquanto acompanhava os serviços na região.“Vai ser bom demais, porque aqui tá feia a coisa. Essa rua toda está cheia de buraco. Agora vai melhorar, demorou, mas chegou”, contou o motorista.

A precariedade no asfalto também prejudicava quem depende da mobilidade para trabalhar, como o motoentregador Vanderlei Nogueira Nantes. “É ruim, a gente não vê os buracos e acaba se prejudicando. Ainda mais com tanta chuva, o asfalto não aguenta. Mas é bom que estão arrumando. A operação é essencial”, avaliou.

A expectativa é que a ação avance ao longo das próximas semanas com reforço no número de trabalhadores. Segundo o secretário de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, o município vai abrir um novo processo seletivo para contratação de mão de obra temporária por meio do Primt (Programa de Inclusão ao Mercado de Trabalho). “A demanda é grande e hoje temos equipes insuficientes para atender todas as frentes”, explicou.

Além das vias que receberão tapa-buraco em toda a extensão, há trechos com intervenções localizadas, como na Rua Guanabara com a Rua Teresina e Avenida 14 de Julho. A operação também inclui bairros como Chácara Cachoeira, Vila Carvalho, Jardim Itamaracá, Nova Lima, entre outros.

A prefeita Adriane Lopes afirmou que a manutenção urbana será contínua. “Nós não vamos parar. Vamos recuperar as ruas da nossa cidade e dar mais segurança para quem anda a pé, de carro, de moto ou de ônibus”, declarou.

Frentes de serviços avançam com previsão de estiagem

Com a previsão de estiagem para os próximos dias, o secretário reforça que outras regiões da Capital, afetadas pelas fortes chuvas — como o Lago do Amor e a rotatória da Coca-Cola —, poderão ser liberadas ainda nesta semana.

“Nós não conseguimos terminar esses pontos justamente por conta da chuva. E a orientação essa semana é que a gente avance nesses pontos, para que a gente possa dar um fim a essas frentes de serviço. Nós temos o Lago do Amor, nós temos um ponto que houve recalque ali na Três Barras, nós temos uma situação do córrego na Ricardo Brandão. Estamos fazendo também uma drenagem, e essa semana, muito provavelmente, a gente conclua ali na rotatória da Coca-Cola, para que a gente possa resolver o problema daquele alagamento. Eu acredito que, se nós tivermos uma semana sem chuva, como está previsto, a gente vai conseguir avançar bastante”, afirma.