Mato Grosso do Sul, 11 de janeiro de 2025

Plantio do milho safrinha avança 77% em Mato Grosso do Sul

Para a segunda safra do milho, Mato Grosso do Sul deve enfrentar um novo desafio climático que poderá comprometer o ciclo 2023/2024. De acordo com especialista da Embrapa Agropecuária Oeste, o fenômeno pode impactar negativamente a cultura, desencadeando atrasos nas chuvas e até mesmo um período de seca.

Contrapondo-se ao já conhecido El Niño, o La Niña é um fenômeno natural que consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico tropical central e oriental. No País, o La Niña esteve ativo pela última vez entre 2020 até março do ano passado, momento em que causou secas históricas em várias regiões do Brasil.

“Nesse momento, teríamos efeitos mais diretos para o milho safrinha, sobretudo pelas altas temperaturas que estamos vivenciando”, destaca o pesquisador agrometeorologista Éder Comunello, da Embrapa Agropecuária Oeste. 

Ele ainda acrescenta que, após o fim da atuação do El Niño, haverá uma fase neutra e, em seguida, a expectativa da ocorrência do La Niña.

Responsável por afetar áreas geográficas de formas diferentes, na Região Centro-Oeste o risco maior é o atraso nas precipitações, que podem demorar um pouco mais do que é considerado normal por especialistas do clima. Segundo o meteorologista Willians Bini, da Climatempo, ainda não há razões para alarmismo no momento. “Pode ser que, em vez de setembro, as chuvas comecem em outubro”, aponta.

Comunello relata que após o fim da atuação do El Niño e os meses da chamada fase neutra – em que as águas do Oceano Pacífico não estão sob influência de nenhum fenômeno – haverá a expectativa da instalação do La Niña.

“O La Niña ocorre quando há o resfriamento da faixa equatorial central e centro-leste do Oceano Pacífico. Ele é estabelecido quando há uma diminuição igual ou maior a 0,5°C nas águas do oceano”, explica.
Conforme o agrometeorologista, há a possibilidade do evento climático ocorrer no segundo semestre. “Entretanto, ainda é difícil precisar a duração e a intensidade do fenômeno, mas é provável que ele se instale no início do segundo semestre deste ano”, pondera.

Para a segunda safra do milho no Estado, a confirmação é de um panorama desfavorável, com uma tendência de queda na redução de área cultivada que pode ser agravada pela possibilidade do La Nña.
A área do milho safrinha 2023/2024 deve apresentar queda de 6%, chegando a 2,2 milhões de hectares (ante os 2,3 milhões registrados no ciclo anterior) e 86,3 sacas por hectare (retração de 19,23% em relação à safra anterior).

A estimativa é da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), que estima ainda uma produção de 11,4 milhões de toneladas de milho, em comparação aos 14,2 milhões de toneladas colhidas na safra anterior – uma queda de 14%.

Fonte: Correio do Estado

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