Mato Grosso do Sul, 10 de janeiro de 2025

Nova modalidade do FGTS anima setor da habitação de MS

Aprovada nesta semana pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a modalidade intitulada FGTS Futuro vai permitir o uso do saldo futuro para possibilitar a compra da casa própria. Em Mato Grosso do Sul, a ação deve impactar toda a cadeia econômica, aquecendo os setores imobiliário e da construção civil, bem como gerar empregos, distribuir renda e movimentar segmentos como comércio e serviços.

O uso do FGTS Futuro já estava previsto em lei, mas faltava a regulamentação final para entrar em operação. Defendida pelo Ministério das Cidades, a nova modalidade será destinada a famílias com renda mensal de até R$ 2.640.

Estudo realizado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) projeta que cerca de 40 mil famílias com renda de até dois salários-mínimos sejam beneficiadas anualmente pela medida que, a princípio, será destinada a famílias de baixa renda, que são o público beneficiário da faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

Em Mato Grosso do Sul, analistas econômicos e representantes dos setores imobiliário e da construção civil projetam um impacto positivo na economia, com o aquecimento abrangente em segmentos como comércio e serviços e ainda com a geração de postos de trabalho diretos e indiretos.

O doutor em Economia Michel Constantino avalia positivamente essa possibilidade. “A flexibilização é muito bem-vinda, pois permite a autonomia do próprio trabalhador sobre o recurso. Vai ainda estimular a compra e o pagamento de financiamentos”, afirma.

Para o presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), Geraldo Paiva, o FGTS Futuro vai contribuir mensalmente para o aquecimento de toda a cadeia do segmento habitacional do Estado.

“Essa medida deverá aquecer ainda mais o mercado de imóveis para as faixas menos assistidas da população, gerando com isso mais empregos, aquecendo o comércio, distribuindo renda e aumentando a arrecadação tributária. Ou seja, todos ganham”, avalia.

Paiva reforça essa análise ao citar que quando há estímulos à construção civil, as lojas de materiais de construção vendem mais. “O comércio complementar, como de mobiliário e eletrodomésticos, vende mais, os trabalhadores da construção civil se mantêm ativos por mais tempo, e tudo isso aumenta tributos como o Imposto Sobre Serviços [ISS] da construção [civil], o Imposto Predial e Territorial Urbano [IPTU], o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis [ITBI], o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços [ICMS] e ainda o Imposto de Renda [IR]”, detalha.

Para o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 14ª Região (Creci-MS), Elli Rodrigues, toda a novidade que beneficia o setor imobiliário é bem-vinda. “Para o mercado, qualquer informação, qualquer modificação, qualquer meio que faça com que as pessoas tenham acesso à moradia, impacta positivamente todo o segmento”, diz.

Já a presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul (Sindimóveis-MS), Luciana de Almeida, aponta que a medida proporciona maior acesso a recursos para a compra de imóveis e incentiva o desenvolvimento de todo o setor.

“Entendemos como uma ação importante para o fomento do mercado imobiliário, trazendo benefícios significativos tanto para investidores quanto para compradores. Da mesma forma, também amplia oportunidades de investimento e facilita a realização do sonho da casa própria”, garante.

Com data já prevista, a Caixa Econômica Federal (CEF) confirmou que iniciará as operações da modalidade de crédito nas duas próximas semanas. Em tese, a instituição financeira teria até 90 dias após definir as normas operacionais para começar a comercializar o FGTS Futuro, mas o prazo foi antecipado e a linha de crédito passará a ser oferecida em meados de abril.

Fonte: Correio do Estado

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