Clima estimula maior incidência de ferrugem asiática em MS
Impulsionados pelo clima quente e úmido, os registros de casos de ferrugem asiática, doença causada pelo fungo (Phakopsora pachyrhizi), têm aumentado significativamente em Mato Grosso do Sul. De acordo com a última atualização dos dados do Consórcio Antiferrugem, da Embrapa Soja, em 30 dias, o número de ocorrência mais que triplicou, passando de 15 para 57.
Entre os municípios que registraram incidências, os destaques vão para Naviraí, com 16 casos; Chapadão do Sul, com 7 e São Gabriel do Oeste, com 4. Do total, 42 casos foram identificados no estádio fenológico R5, marcado pelo início do enchimento dos grãos, contudo, a doença também foi reconhecida em R4, quando a vagem está completamente desenvolvida e em R6, marcado pela presença de grãos cheios.
Apesar da doença não ser novidade para o produtor rural, o potencial de redução de produção, que pode atingir os 90%, é sempre um sinal de alerta. O presidente da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul – Aprosoja/MS, André Dobashi, explica que “a melhor alternativa ainda são os protocolos preventivos, já que na ausência do patógeno, os fungicidas controlam os esporos e deixam um tratamento residual nas áreas. Diferente do que acontece com os protocolos curativos, onde alguns princípios ativos até conseguem eliminar os esporos, porém, não deixam nenhum efeito residual nas lavouras”.
Além disso, Dobashi ressaltou que, durante o ciclo de cultivo é fundamental que o produtor realize um monitoramento sistemático em suas áreas, a fim de identificar a presença do patógeno nos períodos iniciais de desenvolvimento e com isso, aumentar a eficiência do tratamento. Já em outros períodos, as boas práticas de manejo, como controle de plantas voluntárias e a semeadura antecipada são boas alternativas para reduzir os riscos de perdas.
Brasil: no cenário nacional, são 262 casos de ferrugem atualmente. O Paraná segue sendo o estado que tem mais casos, com 83 registros; seguido de MS, com 57 e de Goiás, com 40. Assim como em MS, a maior parte dos casos no Brasil foi registrada em R5, com 173 casos, evidenciando que a probabilidade de ocorrência também está associada com o desenvolvimento da cultura.