Brasil lidera aplicação de bioinsumos agrícolas em todas as categorias
O Brasil lidera a utilização de bioinsumos em todas as categorias agrícolas, ou seja, em controle biológico, biestimulantes e biofertilizantes com percentuais bastante acima de seus concorrentes e da média mundial.
Vale esclarecer que os insumos biológicos ou bioinsumos incluem produtos para controle biológico de pragas e doenças em plantas (macrobiológicos e microbiológicos), promotores de crescimento vegetal (inoculantes e biofertilizantes) e produtos de uso veterinário.
A informação consta na apresentação “Mercado e Aplicação de Produtos Biológicos – Tendências e Desafios”, elaborada Marco Antonio Nogueira e Mariangela Hugria, ambos pesquisadores da Embrapa Soja.
Quais países mais usam bioinsumos na agricultura?
Segundo os pesquisadores, a McKinsey divulgou em 2023 um estudo sobre o uso de insumos biológicos a partir da resposta de agricultores e gestores rurais de diferentes países. Os questionários perguntaram sobre cada categoria separadamente, ou seja, controle biológico, bioestimulantes e biofertilizantes.
Você usa controle biológico em sua fazenda?
Brasil – 55% dos produtores
União Europeia – 23% dos produtores
China – 8% dos produtores
Estados Unidos – 6% dos produtores
Canadá – 5% dos produtores
Argentina – 4% dos produtores
Índia – 2% dos produtores
Você usa bioestimulantes em sua fazenda?
Brasil – 50% dos produtores
União Europeia – 28% dos produtores
China – 23% dos produtores
Estados Unidos – 16% dos produtores
Canadá – 9% dos produtores
Argentina – 11% dos produtores
Índia – 2% dos produtores
Você usa biofertilizantes em sua fazenda?
Brasil – 36% dos produtores
União Europeia – 25% dos produtores
China – 22% dos produtores
Estados Unidos – 12% dos produtores
Canadá – 7% dos produtores
Argentina – 6% dos produtores
Índia – 11% dos produtores
Ritmo de crescimento
Além disso, segundo a apresentação da Embrapa, o mercado brasileiro de biológicos para controle de pragas e doenças crescerá a uma taxa de 42% enquanto o mundo alcançará apenas 16% no período entre 2020 e 2030.
Atualmente, o país representa cerca de 5% do mercado global e soma 171 indústrias de bioinsumos em 16 estados. Quanto ao número de registros ativos no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Brasil possui 501 produtos autorizados até 2022.
Segundo o documento, o mercado brasileiro de bioinsumos em geral somou R$ 3,4 bilhões em 2023 e deve atingir R$ 16,9 bilhões em 2030. Deste total, R$ 2,3 bilhões seriam produzidos dentro das próprias fazendas, no chamado modelo “on farm”.
Já quanto ao mercado de inoculantes, o Brasil já movimentava R$ 393 milhões anuais em 2021. A soja respondeu por 87,5%, gramíneas 12% e outras culturas (como feijão e outras), cerca de 0,5%.
Neste quesito, a fixação biológica de nitrogênio (FBN) é um dos exemplos mais exitosos, pois traz vantagens para o agricultor e para o ambiente. Em 2021, quase 150 milhões de doses de inoculantes foram comercializadas no país para atender 82% da área de soja.