Mato Grosso do Sul, 11 de janeiro de 2025

Brasil lidera aplicação de bioinsumos agrícolas em todas as categorias

O Brasil lidera a utilização de bioinsumos em todas as categorias agrícolas, ou seja, em controle biológico, biestimulantes e biofertilizantes com percentuais bastante acima de seus concorrentes e da média mundial.

Vale esclarecer que os insumos biológicos ou bioinsumos incluem produtos para controle biológico de pragas e doenças em plantas (macrobiológicos e microbiológicos), promotores de crescimento vegetal (inoculantes e biofertilizantes) e produtos de uso veterinário.

A informação consta na apresentação “Mercado e Aplicação de Produtos Biológicos – Tendências e Desafios”, elaborada Marco Antonio Nogueira e Mariangela Hugria, ambos pesquisadores da Embrapa Soja.

Quais países mais usam bioinsumos na agricultura?

Segundo os pesquisadores, a McKinsey divulgou em 2023 um estudo sobre o uso de insumos biológicos a partir da resposta de agricultores e gestores rurais de diferentes países. Os questionários perguntaram sobre cada categoria separadamente, ou seja, controle biológico, bioestimulantes e biofertilizantes.

Você usa controle biológico em sua fazenda?

Brasil – 55% dos produtores

União Europeia – 23% dos produtores

China – 8% dos produtores

Estados Unidos – 6% dos produtores

Canadá – 5% dos produtores

Argentina – 4% dos produtores

Índia – 2% dos produtores

Você usa bioestimulantes em sua fazenda?

Brasil – 50% dos produtores

União Europeia – 28% dos produtores

China – 23% dos produtores

Estados Unidos – 16% dos produtores

Canadá – 9% dos produtores

Argentina – 11% dos produtores

Índia – 2% dos produtores

Você usa biofertilizantes em sua fazenda?

Brasil – 36% dos produtores

União Europeia – 25% dos produtores

China – 22% dos produtores

Estados Unidos – 12% dos produtores

Canadá – 7% dos produtores

Argentina – 6% dos produtores

Índia – 11% dos produtores

Ritmo de crescimento

Além disso, segundo a apresentação da Embrapa, o mercado brasileiro de biológicos para controle de pragas e doenças crescerá a uma taxa de 42% enquanto o mundo alcançará apenas 16% no período entre 2020 e 2030.

Atualmente, o país representa cerca de 5% do mercado global e soma 171 indústrias de bioinsumos em 16 estados. Quanto ao número de registros ativos no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Brasil possui 501 produtos autorizados até 2022.

Segundo o documento, o mercado brasileiro de bioinsumos em geral somou R$ 3,4 bilhões em 2023 e deve atingir R$ 16,9 bilhões em 2030. Deste total, R$ 2,3 bilhões seriam produzidos dentro das próprias fazendas, no chamado modelo “on farm”.

Já quanto ao mercado de inoculantes, o Brasil já movimentava R$ 393 milhões anuais em 2021. A soja respondeu por 87,5%, gramíneas 12% e outras culturas (como feijão e outras), cerca de 0,5%.

Neste quesito, a fixação biológica de nitrogênio (FBN) é um dos exemplos mais exitosos, pois traz vantagens para o agricultor e para o ambiente. Em 2021, quase 150 milhões de doses de inoculantes foram comercializadas no país para atender 82% da área de soja.

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