Brasil baterá 3 milhões de toneladas de algodão pela 2ª vez na história
A colheita da safra de algodão está na reta final no Brasil e ultrapassar três milhões de toneladas na produção de algodão está cada dia mais próximo de se tornar realidade.
Segundo estimativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), para a safra 2022/2023, a produção é projetada em 3,07 milhões de toneladas, uma variação de 19,8%, ante a safra 2021/2022. A entidade divulgou relatório de safra com números atualizados.
Em 20 anos, a marca da safra de mais de três milhões foi atingida apenas uma vez, no ciclo 2019/2020.
A colheita está perto do final. Segundo a Abrapa, até o dia 6 de setembro, as máquinas já haviam feito 94% do trabalho. Após a colheita, os fardos de algodão em caroço são levados aos pátios das algodoeiras para serem beneficiados (separação da pluma e do caroço).
A estimativa nacional é de que 40% da produção da safra 2022/2023 já foram beneficiados, prontos para serem entregues aos compradores.
A produtividade média de pluma é estimada em 1.840 kg de pluma por hectare (+18,9%) e a área plantada ficou em 1,67 milhões de hectares (+0,8%).
Oferta e demanda
Na safra 2022/2023, a queda na demanda nacional e redução nas exportações levaram a um aumento de estoque de passagem de algodão nas fazendas brasileiras.
Para 2023/2024, o bom resultado da produção no país, tanto em volume como em qualidade, deverá encontrar um mercado mais favorável, nas exportações e no mercado doméstico. Dos cinco maiores países produtores de algodão, na temporada 2023/2024, quatro estão tendo problemas significativos com o clima, projeta a Abrapa
Exportação
O Brasil exportou 104,3 mil toneladas, em agosto de 2023, totalizando receita de US$187,7 milhões. O volume foi 66% superior ao registrado no mesmo mês de 2022, e próximo ao total embarcado em agosto de 2020. O preço médio, em dólares, por tonelada vendida, caiu 9% em relação a 2022. Agosto é o primeiro mês do calendário comercial 2023/2024.
Em agosto de 2023, o maior importador do algodão brasileiro foi a China, participando com 45% do total embarcado. Turquia, Malásia, Bangladesh e Vietnã completam a lista dos cinco maiores importadores do produto nacional, no mês, e foram o destino de 83% do volume exportado. Os destaques no mês foi o aumento de exportação para China em 27 mil toneladas, em comparação ao mesmo mês, no ano passado e o Egito aparecendo entre os dez principais destinos do algodão brasileiro.
Os embarques para o período comercial 2023/2024 (ago/23 a jul/24) são estimados em 2,40 milhões de toneladas, uma alta de 66%, em relação ao atual momento comercial.
O superávit da balança comercial do algodão brasileiro foi de US$186,8 milhões, em agosto de 2023. O valor é 51,4% superior ao mesmo período, em 2022. Agosto é o primeiro mês do calendário comercial 2023/24.
As importações de algodão subiram 118% em agosto, totalizando 264 toneladas, que equivalem a US$ 833 mil de aquisições internacionais. A Turquia foi o principal fornecedor, representando 65% do volume adquirido no mês. Apesar do aumento, o volume representa apenas 0,04% do consumo doméstico brasileiro, que, majoritariamente, permanece abastecido com o algodão nacional.
Preços do algodão
Em agosto de 2023, o indicador Cepea/Esalq acumulou leve queda de 0,8%, e encerrou o mês cotado a 81,77 centavos de dólar por libra-peso. Em comparação com a mesma data, no ano passado, há uma queda acumulada de 36%, nas cotações nacionais em dólares. Em NY, o contrato com vencimento em dezembro de 2023 fechou o mês em alta de 1,9%, negociado a 87,8 centavos de dólar por libra- peso.
A diferença (spread) média entre os preços nacionais e internacionais encerrou o mês de agosto em 344 pontos negativos. O aumento da oferta nacional, com o andamento da colheita, normalmente, provoca spread negativo para o terceiro e quarto trimestre do ano, para as cotações nacionais.